quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Reviram no estômago as palavras não ditas, as que nomeariam o mal que a tudo acompanha. As ditas, antes que toquem os lábios se transformam em qualquer coisa com asas e, algumas vezes, pousam em janelas.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Seguiam por entre as árvores, que ainda insistiam no seu verde amarronzado apesar da fumaça sem sutilezas que vomitavam. E seguiam, contínua e permanentemente, por tantos sentidos, sem destino ou descanso, o que só viria com o abandono das mãos, já enfraquecidas como os pulmões, na reinvenção da roda e dos sonhos de velocidade. E não mais haveria quem os guiasse pelo caminho dos perdidos.


Tinha sido clara com os gatos sobre forma e cores com que as coisas se mostrariam agora. A cada espécie caberia sua cama e, se preciso fosse, se valeriam da violência dos olhares e dos gestos, dos risinhos e das piscadelas, do respirar e do movimento. O ser em demarcar espaço. E a quem pertence esse vazio? Talvez sua dona seja essa poesia azul que a tudo envolve e fazia o pensar adocicado de que os lençóis estavam sujos e que muitos outros vira-latas já haviam ressonado ao seu lado ou aos seus pés.