terça-feira, 31 de março de 2009

Espana-dor

Hoje foi um dia de pés agitados e nervosos, uma sede de caminho, de rumo, de um que fazer, um que buscar. Me volta à lembrança a necessidade de esquecer e um sorriso dado por olhos que acenderam o ver. E também o resultado do exame de sangue. Positivo ou negativo que é bom? Viveria com isso, morto ou não. E penso na crueldade que é a liberdade de fazer escolhas. Liberdade é ter tudo, é ser tudo, de tão pequeno, a mínima coisa que em tudo se encontra. Poeira.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Perdida é a conta das coisas que sei fazer. Outras tantas posso mas não gostaria e, outras, gostaria, mas não sei como. E as deixo como uma tarde de calor em que tudo pode acontecer. E em suspensão percebo que, se me estranho é porque não sou e minhas mãos, decepadas por se recusarem a edificar meus sonhos, podem ser perdoadas. As coisas feitas pelos homens duram tanto quanto eles.

terça-feira, 24 de março de 2009

A agonia que sinto agora remete ao medo daquelas noites em que aguardava os monstros que certamente me visitariam. É a agonia daquelas tardes sem lugar de esconder e em que observava a doença lhe comer o corpo. Quanto tempo duraria? Pouco restava de matéria e sabia bem a dor da fome, ao ponto de ignorá-la, e também sabia que o que a mataria era a escassez de sonhos, e restavam poucos, colhidos naquele quintal. A agonia dos despejados, sem pouso e sem sossego em si mesmos. A agonia dos que buscam cavernas e sonhos de anos luz.

Sempre aceitei de má vontade a meia verdade de que água não tem cheiro. O nariz adivinha chuva, mar, moringa, cachoeira, córrego e canal. Entendi mais tarde que o cheiro é do que guarda. Uma verdade inteira.

domingo, 22 de março de 2009

sábado, 21 de março de 2009

Coisas de Pessoas

E ali estava: "O coração, se pudesse pensar, pararia. Considero a vida uma estalagem onde tenho que me demorar até que chegue a diligência do abismo.(...)" Alguém leu, a diligência do abismo.