domingo, 17 de maio de 2009

Comecei pela etiqueta, com data de fabricação e sem validade. Um homem que amei sentiu desconforto tal e qual e, o meu, ia no além do aquém já que sou uma tresloucada consumista. Coisas de mulheres que gostam de ser possuídas. Sempre tropeço em poemas e depois de um tombo, dei de cara com outro numa vitrine, ao lado dos sutiãs e da maquiagem. E depois me apaixonei por outro. Ode triunfal em meus ouvidos sua voz de maciez de apaziguar concretudes e engrenagens. Minha tecnologia parou com os moinhos e o cavaleiro que me chamava por nome outro. Gosto dos homens magros e frágeis. São os mais fortes. Como o cheiro da cebola e os canalhas. Compro coisas que ficam escondidas de mim, jogadas em gavetas e armários, estragadas pelo excesso de proximidade. Bom que o coração saiba melhor que amores escolher. Procuro as agulhas de tricô e imito minha avó, à espera que alguém retorne de onde ninguém vem. E me acabo tecendo princípios.

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