segunda-feira, 27 de abril de 2009

O viu passando, junto ao outro, o primeiro. Volta por um franzir de nariz. Seria essa a sua voz? Sentiu ciúme da mulher que estava ao seu lado naquela foto, a irmã. A segurança que encontrava nela, o que nenhum homem alcança nas profundidades de nenhuma mulher. A terra que acolhe a semente sem recusar as marcas do processo de se fazer. E com afetuoso interesse por saber as belezas e os gostos que guardam. Havia ali o brilho do que torna possível adormecer segurando as mãos, dividir a mesma cama e a intimidade do que é. De tudo o que amedronta em viver com outra pessoa, o desafio é dormir junto. Mencionou certa vez sobre o desprezo que alguns dos habitantes dessa terra fria dispensam às teorias dos que só pensam em brincar. Mas foi você quem ficou acordado. Agora canta o homem que tornou possívil a palavra tropicaliente. Parecia um bom adjetivo. Sempre canta. O recusar da mão é tão covarde quanto observar o sonhar do outro e desejar seu sonho sem coragem para sonhar.

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